30 setembro 2016

Diário de Notícias Madeira: Projecto Aragão vai apoiar Cultura

Projecto Aragão vai apoiar Cultura


A família de António Aragão, um dos mais importantes vultos das Artes portuguesa, vai lançar o projecto cultural ‘In Memoriam António Aragão’, que visa apoiar a cultura na Madeira principalmente nas áreas em que trabalhou, de modo a perpetuar a sua memória e obra.
Conforme noticiou ontem o DIÁRIO no dnoticias.pt, o projecto irá não só desenvolver actividades, mas também irá apoiar madeirenses talentosos a serem conhecidos nacional e internacionalmente, destacando-se as áreas da poesia experimental, artes plásticas contemporâneas, artes plásticas etnográficas, conservação do património cultural material e imaterial da Madeira e história da Região.
Numa primeira fase serão promovidos concursos nas diferentes áreas em que António Aragão trabalhou, a que se poderão candidatar todos os residentes na Madeira com trabalhos inéditos. Os prémios e menções honrosas serão atribuídos por um júri e consistirão num valor em dinheiro e na publicação, com divulgação nacional e internacional, das obras premiadas. Numa segunda fase, e com o desenvolvimento das actividades da Associação, constituir-se-á também uma bolsa de estudo dirigida a madeirenses, mediante concurso de selecção por júri.
Para os concursos de 2017 será presidente do júri o professor doutor Rui Manuel Ferreira Leite Soutelo Torres, docente da Universidade Fernando Pessoa.
Marcos e Anabel Aragão Correia explicam que as actividades serão financiadas com dinheiro proveniente da venda do espólio artístico de António Aragão à CMF.
A primeira grande actividade da ‘In Memoriam António Aragão’ para 2017 será um concurso literário para obras inéditas de poesia experimental, da autoria de madeirenses.
Mais informações em www.aragao.org. j.f.p.

in Diário de Notícias Madeira, 30 de Setembro de 2016
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/613666/5-sentidos/613730-projecto-aragao-%07vai-apoiar-cultura

António Aragão confraternizando numa Bienal Internacional de Poesia Experimental no México, em 1990. À sua direita, os poetas (seus amigos) Fernando Aguiar (Lisboa) e César Espinosa (Cidade do México).

27 setembro 2016

Prof. Dr. Rui Torres confirmado como Presidente do Júri da "In Memoriam António Aragão" para os concursos de 2017

Está oficialmente confirmado que o Professor Doutor Rui Torres será o Presidente do Júri da "In Memoriam António Aragão" para o ano de 2017. O Presidente do Júri goza da prerrogativa de escolher outros 3 elementos do Júri, sendo o quinto elemento indicado pela Família de António Aragão (todos os membros do Júri são académicos de reconhecido mérito, tanto nacional como internacionalmente).

                       Resumo biográfico do Prof. Dr. Rui Torres

Rui Manuel Ferreira Leite Soutelo Torres

Distinguished Resident Writer na University of California, Berkeley, Abril de 2016. Convidado do Portuguese Studies Program, Spanish and Portuguese Department, Berkeley Center for New Media, Camões Institute e FLAD-Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

Professor Associado com Agregação da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa, Porto desde 2013. Professor de Comunicação Multimédia; Comunicação Digital; Jornalismo Digital; Análise Semiótica; Literatura Comparada; Criatividade; Produção Digital Multimédia e Webdesign; Sociologia da Informação; Estudos Multimediáticos. [Professor Associado entre 2006 e 2013, tendo leccionado também Cultura e Literatura Brasileira; Culturas Digitais e do Espectáculo; Poética(s) e Poesia Moderna(s) e Contemporânea(s); Métodos Avançados de Criatividade e Inovação; Multimédia, Arte Digital e Interveção Social | Professor Auxiliar entre 2002 e 2006 | Licenciado Assistente entre 1996 e 1997].

Membro do Board of Directors da Electronic Literature Organization desde Janeiro 2014. A ELO, actualmente sediada no Massachusetts Institute of Technology, tem como objectivo facilitar e promover a escrita, publicação e leitura de literatura em meios electrónicos. Inclui como parceiros: electronic book review; ELMCIP; Hermeneia; Library of Congress; LIKUMED; Arquivo Digital PO.EX; Univ. West Sydney; Brown University; EnsAD; UCLA; Univ. Paris 8; Univ. Maryland; Washington State Univ. Vancouver; West Virginia Univ.; MIT; National Digital Information Infrastructure and Preservation Program; Turbulence.

Conferencista Convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Portugal, entre 2007 e 2013, ao abrigo de protocolo assinado com a UFP, como docente do seminário Atelier de e-Textualidade, Seminário comum aos cursos de Artes da Escrita (Pós-Graduação), Edição de Texto (Mestrado), Ciências da Comunicação - Área de Especialização em Comunicação e Artes (Mestrado) e Novos Média e Práticas Web (Mestrado).

Docente do Erasmus Intensive Program European Digital Literatures, realizado durante o Verão na Universidad Complutense de Madrid (Espanha), desde 2012, leccionando os Seminários: Avant-gardes in Poetry (concrete, visual, sound, combinatory); Generation of Text; Portuguese Digital Literature, e tendo como parceiros: Université Paris 8 (França), University of Siegen (Alemanha), Universidade Fernando Pessoa (Portugal), Universitat de Barcelona (Espanha) e University College Falmouth (Reino Unido).

Docente no Master Mundus Crossways in Cultural Narratives, Universidade de Santiago de Compostela,  Espanha, entre 2011 e 2012, tendo leccionado o Seminário Da Literatura Oral á Cibercultura (Ciberliteratura e Cultura Dixital).

Docente do Mestrado em Interactive Media and Knowledge Environments da Tallinn University, Estonia, no ano lectivo 2010-2011, leccionando o Seminário «Generative Content Creation», no âmbito do programa de intercâmbio Erasmus.

Docente na Pós-Graduação 'Lato Sensu' em Multimídia e Comunicação, no ano de 2010, no âmbito da Certificação internacional - Universidade de Caxias do Sul, Brasil; Université de Toulon et du Var, França; e Universidade Fernando Pessoa, Portugal, tendo leccionado o Seminário Técnicas de Expressão.

Responsável criativo pelo Taller de creación literária, realizado na Universidade de Granada, em 2007, no âmbito das actividades do Grupo CaCoCu Net.ART.

Técnico Assistente, Center for Teaching and Learning (agora Center for Faculty Excellence), University of North Carolina at Chapel Hill, Estados Unidos da América, no Spring semester de 2002. Assistência técnica a professores e alunos relativamente a software de edição de vídeo e imagem; Integração de informática e das novas tecnologias no ensino; Desenvolvimento de actividades pedagógicas interactivas.

Mestre Assistente, Department of Romance Languages, University of North Carolina at Chapel Hill, Estados Unidos da América. Coordenação dos Professores Assistentes de Português; Criação dos Programas de Curso para Português, Docente de Literaturas Lusófonas em tradução, entre 2000 e 2002 | Docente Assistente de Língua Portuguesa e Cultura Luso-brasileira entre 1997 e 2002.

Assistente de Bibliotecário, Davis Library, UNC-CH (E.U.A.). Sob a direcção de Bill Illgen, PhD, entre 1997 e 1999. Trabalho incluía pesquisa em bases de dados; Catalogação; Avaliação da colecção e selecção de materiais para aquisição.

Docente, Instituto Multimédia, Porto, Portugal, entre 1995 e 1996. Docente da disciplina de História e Teoria da Comunicação, Curso de Comunicação e Novas Tecnologias Multimédia.

(informação curricular completa em: www.telepoesis.net)

Projecto Cultural "In Memoriam António Aragão"

In Memoriam António Aragão

 
1. O que é?
Projecto Cultural sem fins lucrativos, que visa apoiar a Cultura na Madeira principalmente nas áreas em que António Aragão trabalhou, de modo a perpetuar a Memória e a Obra de António Aragão.

2. Como funciona?
Desenvolvendo actividades e apoiando Madeirenses talentosos a serem conhecidos nacional e internacionalmente, destacando-se as áreas da Poesia Experimental, Artes Plásticas Contemporâneas, Artes Plásticas Etnográficas, Conservação do Património Cultural Material e Imaterial da Madeira e História da Madeira.

3. Qual o processo de apoio?
Numa primeira fase serão promovidos concursos nas diferentes áreas em que António Aragão trabalhou, a que se poderão candidatar todos os residentes na Madeira com trabalhos inéditos; os prémios e menções honrosas serão atribuídos por um júri constituído por profissionais da área com reconhecido mérito, e consistirão num valor em dinheiro e na publicação, com  divulgação nacional e internacional, das obras premiadas. Numa segunda fase, e com o desenvolvimento das actividades da Associação, constituir-se-á também uma bolsa de estudo dirigida a Madeirenses, mediante concurso de selecção por júri constituído por profissionais da área com reconhecido mérito.

4. Como será financiado o Projecto Cultural "In Memoriam António Aragão"?
As actividades serão financiadas com dinheiro proveniente da venda do Espólio Artístico de António Aragão à Câmara Municipal do Funchal.

5. Quem liderará o Projecto?
A Família de António Aragão estará incumbida da organização do Projecto, mas o mesmo será concretizado na prática por profissionais de reconhecido mérito nas áreas de actuação da Associação, nomeadamente Professores Universitários, Artistas e Historiadores, da Madeira e do continente português.

6. Quando se iniciará a actividade da "In Memoriam António Aragão"?
Contando que a Autarquia do Funchal pagará o Espólio Artístico de António Aragão até final de Novembro do corrente ano, existirão todas as condições para o início das actividades da Associação já nos primeiros meses de 2017.

7. Existem já actividades planeadas?
A primeira grande actividade da "In Memoriam António Aragão" para 2017 será um concurso literário para obras inéditas de Poesia Experimental, da autoria de Madeirenses, assim estimulando-se e apoiando-se a criatividade, originalidade e talento dos Madeirenses, com vista à sua projecção para além da Madeira. Ao lado de um valor monetário, o prémio principal consistirá também na publicação e divulgação da obra premiada dentro e fora da Madeira.

8. Só existirão apoios a Madeirenses?
Sim, considerando-se Madeirense todo aquele que tenha oficialmente a sua residência no Arquipélago da Madeira, tenha ou não nascido no mesmo.


Câmara Municipal do Funchal irá finalmente pagar Espólio Artístico de António Aragão

A Família de António Aragão congratula-se com a decisão da Câmara Municipal do Funchal de pagar os valores em dívida pela aquisição do Espólio Artístico de António Aragão, Espólio na posse da autarquia desde o início de Outubro do ano passado. Lembremo-nos que há já cerca de 20 (vinte) meses, mais concretamente no dia 26 de Fevereiro de 2015, o Presidente da Câmara Municipal do Funchal anunciou publicamente que a autarquia do Funchal iria adquirir o respectivo Espólio, tendo assim procedido à sua reserva, impedindo na prática, deste modo e desde então, a venda a terceiros. Em 14 de Maio desse mesmo ano (2015), a Câmara Municipal do Funchal aprovou o valor final de compra (166 mil euros), dando conhecimento ao público da respectiva deliberação. No entanto, por razões completamente alheias à Família de António Aragão, o Espólio permaneceu por pagar até ao presente momento, acreditando-se que seja de facto agora que as responsabilidades da autarquia irão ser cumpridas, evitando-se assim qualquer litígio judicial nos tribunais portugueses e, principalmente, Europeus.
Em consequência, a Família de António Aragão decidiu divulgar hoje ao público em geral o Projecto Cultural "In Memoriam António Aragão".


 

26/02/2015
 Funchal vai adquirir parte do espólio de António Aragão

A Câmara Municipal do Funchal aprovou hoje, por unanimidade, a aquisição de parte do espólio do artista madeirense António Aragão, falecido em 2008, informou o presidente da autarquia, sem adiantar qual a verba disponível para o efeito. "António Aragão é reconhecido [na Madeira], a pessoa e a obra, e face ao conhecimento de que obras da sua autoria estão para ser vendidas, a Câmara Municipal do Funchal não podia ficar indiferente", salientou Paulo Cafôfo. A proposta de aquisição de parte do espólio do artista partiu do CDS-PP na autarquia. O espólio de António Aragão (pintor, escultor, escritor, historiador e investigador madeirense) foi posto à venda em leilão, depois de o Governo Regional ter recusado uma proposta para o adquirir. Estava avaliado em 500 mil euros, sendo que cerca de 30% foi vendido no leilão que se realizou no Funchal, no passado fim de semana, e que foi um dos mais concorridos dos últimos anos. "Não sabemos qual o número de peças que está disponível para aquisição, mas vamos desencadear o processo, tentando adquirir aquelas que tenham interesse museológico para o Funchal", disse Paulo Cafôfo, explicando que o próximo passo será realizar uma peritagem e avaliação do espólio. O autarca recusou, no entanto, informar qual verba que a câmara municipal dispõe para a investir na operação. "Não podemos falar de valores enquanto não tivermos conhecimento das peças que ainda estão disponíveis, da peritagem e da avaliação que forem feitas", declarou.



 14/05/2015
Câmara Municipal do Funchal compra espólio de investigador madeirense

A Câmara Municipal do Funchal aprovou hoje a aquisição, por 166 mil euros, de uma parte do espólio do artista e investigador madeirense António Aragão, anunciou o presidente da autarquia, Paulo Cafôfo. "Elencámos, através duma peritagem, uma série de obras e documentos para terem visibilidade através de um núcleo museológico, num espaço que ainda está a ser estudado", disse o autarca. A deliberação contou com os votos favoráveis da coligação Mudança (PS, BE, MPT, PAN e PTP), que lidera o município, e do CDS-PP. Já o PSD e a CDU abstiveram-se, alegando, segundo disse o presidente da Câmara, questões relacionadas com o facto de o valor do espólio poder ser posto em causa por a avaliação ter sido feita apenas por um perito. Entre as peças e documentos adquiridos pela Câmara do Funchal consta um quadro (pintura e colagem) da autoria do poeta Herberto Helder, falecido recentemente, avaliado em 15 mil euros. O espólio de António Aragão foi levado a leilão em fevereiro de 2015, após recusa do Governo Regional da Madeira em o adquirir. Posteriormente, a Câmara Municipal do Funchal decidiu comprar uma parte das peças que não foram arrematadas, tendo hoje deliberado investir 166 mil euros na operação. O espólio inicial era composto por mais de 700 peças de arte contemporânea e arte sacra, mobiliário antigo, loiças, livros, documentos e manuscritos vários, discos e muitos outros objetos antigos e de coleção. Estava avaliado em cerca de 500 mil euros e foi leiloado cerca de 30% do total. António Aragão nasceu a 21 de setembro de 1921, em São Vicente, no norte da ilha da Madeira, e morreu a 11 de agosto de 2008, no Funchal. Era um homem multifacetado, poeta, escultor, pintor, historiador e investigador e deixou obra marcante em todas as áreas de intervenção, muitas vezes com o sinal da excentricidade, da irreverência e da polémica. Foi diretor do Arquivo Regional da Madeira e do Museu da Quinta das Cruzes, no Funchal. Na reunião desta quinta-feira, a Câmara do Funchal decidiu, por outro lado, promover e apoiar a segunda edição do Music Art Out Sessions (MAOS), que decorrerá todos os domingos, a partir de junho, no jardins e miradouros do Funchal. Trata-se de uma iniciativa que visa estimular e divulgar a arte e a criatividade dos jovens artistas madeirenses, num ambiente de lazer e descontração.


23 setembro 2016

Diário de Notícias Madeira: "Conheça o novo projecto ‘made’ in Porto Santo, precisamente chamado Loja do Profeta"



ZONA FRANCA | GENTE QUE FAZ: Digam lá se não são o máximo

Conheça o novo projecto ‘made’ in Porto Santo, precisamente chamado Loja do Profeta

Quando falamos com a Vera e com o Francisco é visível um enorme orgulho no seu novo projecto – a Loja do Profeta. “Profeta, porque é o que nos chamam, e temos que valorizar. Não há que ter vergonha”, assume o casal de criativos quando indagamos sobre o nome tão característico.

“Sentimos a falta, no Porto Santo, de algo original”, conta, à MAIS, a designer Vera Menezes, ao apresentar toda uma linha de produtos destinados ao mercado turístico... mas não só. “Todos queremos levar das nossas férias uma recordação do sítio onde estivemos, algo especial e diferente”, explica perante os postais, as lapas, os sacos, os ímanes e muito mais.

Pintados à mão ou impressos em diversos suportes, as paisagens marinhas, os moinhos, os tabaibos, a fábrica da água, o dragoeiro, o maçaroco atraem o olhar, pelo seu traço simples, quase infantil, pelas cores alegres, pelos tons quentes representativos da Ilha Dourada. “Decidimos criar, esta imagem inicial, estes símbolos nossos, que nos identificam.”

Uma nova imagem gráfica, facilmente identificável com um povo simples, acolhedor, resiliente. Símbolos do Porto Santo. “As pessoas dizem que o Porto Santo não tem nada, mas não é verdade. O Porto Santo tem. Temos é que saber procurar e ver onde estão as coisas”, conta com uma certa ironia, “ eu cheguei a um ponto que tinha tantos símbolos que já não sabia como organizar este postal. E ainda não metemos o caracol….”, acrescenta.

As múltiplas referências vão além da tradicional praia. Vera e Francisco decidiram apostar na cultura e tradição de um povo ligado à terra, patente na nova imagem gráfica, nas ilustrações, “tudo o que nos identifica enquanto povo. As pessoas pensam que somos pescadores, mas não. Apesar de ser uma ilha, éramos sobretudo agricultores”, conta.

O projeto, assumem, ainda está na fase de experiência, a ver o que funciona ou não. Mas os dois criativos não escondem a ambição e novas ideias, como a criação de um ponto de venda móvel, apoiado numa bicicleta ou uma loja própria dedicada em exclusivo aos seus produtos. Para já, confessam, não há mãos a medir, sobretudo na produção de elementos pintados à mão, como as tabuinhas, as lapas, ou as pedras.

Tudo para “oferecer o que temos de melhor ao turista e não só.” Tudo elementos que apelam para as memórias dos visitantes, “os madeirenses ficam encantados com os nossos produtos. Pelas recordações que eles trazem da sua adolescência: as voltas de burro que realizavam há mais de 20 anos, a água que bebiam… “.

Memórias agora disponíveis em diversos hotéis e referências turísticas da ilha, além da rede social facebook (www.facebook.com/lojadoprofeta) que já os levou além fronteiras.

Na Loja do Profeta, Vera e Francisco esforçam-se por recuperar uma história que também é a deles. “Temos história. Uma história muito rica, mas talvez um pouco desvalorizada”, concluem, mas “o sonho comanda a vida…”.

Um novo “Pau de Sabão” Na Loja do Profeta, por entre os símbolos tradicionais porto-santenses, sobressai uma obra de António Aragão. O monumento - o Padrão das Descobertas - alusivo ao V centenário da morte do Infante D. Henrique, mais conhecido localmente como “Pau de Sabão” ganhou uma nova visibilidade.

Os motivos que cobrem as quatro laterais na escultura em cantaria rija, integrada no projecto do arquitecto Chorão Ramalho, junto ao Cais, foram alvo de um trabalho criativo, paciente, demorado. “Trabalhámos aquilo durante dois ou três meses. Fotografámos, desenhámos.”

O respeito pela propriedade artística está patente na referência ao artista plástico madeirense. A valorização da obra sensibilizou os familiares do artista e os turistas, impressionados com a história que o monumento representa. “As pessoas ficam encantadas, quando vêm a t-shirt do “Pau de Sabão” - um marco na primeira ilha a ser descoberta”, explicou Francisco.


Consciência ecológica A preocupação com o ambiente é também uma das marcas da Loja do Profeta. Desde a decoração com paletes recicladas, aos vários suportes dos produtos à venda. “Damos uma volta na praia, encontramos as madeiras, fazemos a reciclagem”, conta Francisco, inspirado também pelas memórias pessoais de viagens. Mas não ficam por aqui.

“Porto Santo Ecológico” é o nome da brochura preparada por uma residente estrangeira e que a Loja do Profeta ajuda a divulgar. O pequeno livro contém exemplos, bons e maus, de preservação ambiental. E apresenta sugestões sobre o que se pode fazer em prol da ecologia, no Porto Santo. Após a apresentação às autoridades da Ilha Dourada, o “livro de boas práticas” segue agora no saco de compras dos turistas.

in Diário de Notícias Madeira, 14 de Agosto de 2016
http://www.dnoticias.pt/impressa/revista/605433/605440-zona-franca-gente-que-faz-digam-la-se-nao-sao-o-maximo