29 outubro 2010
António Aragão - Pintura de 1946
António Aragão - Mercado Municipal de Santa Cruz (Madeira)
19 outubro 2010
Monumento Padrão das Descobertas (Cidade do Porto Santo), de António Aragão
10 outubro 2010
António Aragão - Arqueologia madeirense na Universidade de Lisboa
Élvio Sousa vai em representação CEAM - Centro de Estudos de Arqueologia Moderna e vai fazer uma apresentação intitulada ‘Ilhas de Arqueologia. O Quotidiano e a Civilização Material na Madeira e nos Açores (sécs. XV-XVIII)’, onde aborda sobretudo a arqueologia madeirense, em especial a evolução da investigação em Santa Cruz e no Funchal. A comunicação é parte do trabalho que o investigador está a realizar para a sua tese de doutoramento, que é mais abrangente e dedicada à Arqueologia da Madeira e dos Açores e que deve entregar em Abril de 2011.
Segundo o especialista, houve um trabalho pioneiro em Santa Cruz com a intervenção nas ruínas do Convento da Piedade por parte de António Aragão e o Funchal destacou-se também pelos muitos acontecimentos pautados por achados ocasionais que despertaram o interesse das elites intelectuais, havendo mesmo a sugestão de criação de um Museu Arqueológico no início do século XX, contou. “O que muita gente não sabe, particularmente em Lisboa, é que a arqueologia começou na Madeira muito prematuramente também”. Segundo o seu trabalho, nos anos 60 já havia e, de uma forma já tecnicamente feita, foi iniciada por D. António Aragão na cidade de Santa Cruz, na ruínas do referido convento. Em termos de escavações, há registos no séc. XIX nas Ilhas Selvagens e em Machico. “É uma informação que é muito importante não só para a Madeira, mas para a própria Faculdade porque os métodos que foram adoptados, com a preocupação técnica que foi tida em conta, é bastante para explicar o nascimento da arqueologia em Portugal e que a Madeira foi importante, tal como foram os Açores na mesma altura, mas com outra pessoa”, justificou.
O Forte de São José, a Quinta dos Padres, o Solar Dona Mécia e a Capela da Esperança são exemplos que vai levar a Lisboa.”
(Em http://ceam.pt/?p=2158).
07 julho 2010
30 junho 2010
27 junho 2010
Galeria dos Prazeres - Agradecimento
Descobrir um poeta... por António Aragão
Descobrir um poeta é tocar um homem. Porém, um homem ímpar no seu tempo, um ser total, sem sofismas nem fingimentos – umas mãos abertas a todos os ventos interiores.»
António Aragão, citado pela Biblioteca Municipal do Funchal (in http://bmfunchal.blogs.sapo.pt/19865.html).
Património imaterial
'Património Imaterial' desvenda tradições
'Estamos a dar às questões do património imaterial uma dimensão que geralmente nos passa um pouco despercebida a todos, e que neste caso passa por um conjunto de tradições, algumas das quais documentadas por fotografias, outras registadas em gravações', explicou ontem o secretário regional da Educação e Cultura, Francisco Fernandes, a propósito da exposição ontem inaugurada na Sala dos Arcos do Colégio dos Jesuítas (Universidade da Madeira).
A mostra, da responsabilidade da Direcção Regional dos Assuntos Culturais, baseia-se em recolhas feitas nos anos 70 por Artur Andrade e António Aragão, que estão neste momento a ser transcritas e digitalizadas, a partir dos originais em fita magnética, numa parceria entre a DRAC e a Direcção Regional de Educação (é o Departamento de Tecnologias Educativas que está a efectuar a transcrição).
Na mostra, montada com recurso a tecnologia multimédia, podem ver-se também fotografias do espólio de Pereira da Costa e Freitas Branco, documentando múltiplas práticas tradicionais. Mas também há projecção de silhuetas nas paredes brancas, de vídeos e a possibilidade de ouvir, com auscultadores, as entrevistas realizadas a populares residentes no meio rural, nas quais os mesmos falam das práticas tradicionais ainda existentes e também de algumas que entretanto já tinham desaparecido. Transcrições de extractos dessas conversas estão também inscritas em faixas brancas que atravessam o chão e as paredes.
'Património Imaterial - Recolhas dos Anos 70', a exposição que ficará patente ao público até 14 de Maio, é assim um modo de utilizar as modernas tecnologias 'para passar para as gerações seguintes aquilo que antes só se passava pela via oral (...)', acrescentou Francisco Fernandes, aproveitando para sublinhar o carácter de homenagem àqueles que recolheram e preservaram o cancioneiro tradicional e outros aspectos.
in Diário de Notícias Madeira, 17 de Abril de 2010 (http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/193570/5-sentidos/202289-patrimonio-imaterial-desvenda-tradicoes).
Relembrando... Peça de Teatro Desastre Nú
Um olhar crítico sobre a sociedade é a proposta de 'Desastre Nu', de António Aragão, que a Contigo Teatro estreia no próximo dia 14 de Novembro, sexta-feira, às 21 horas, no auditório do Centro das Artes - Casa das Mudas, na Calheta.
'Trata-se do único texto escrito para teatro por António Aragão e é um espectáculo que, penso, irá permitir a reflexão sobre a condição humana', começou por dizer Maria José Costa, responsável da Contigo Teatro, da qual um dos fundadores foi o saudoso Carlos Varela.
'Neste espaço [auditório do Centro das Artes], serão denunciadas, digamos, imperfeições do ser humano e acho que será uma tomada de consciência para todos nós', acrescentou.
Não é por acaso que a acção de 'Desastre Nu' decorre numa lixeira: 'Serve para demonstrar como a humanidade cheira mal, porque o seu comportamento não é exemplar', explicou a encenadora do espectáculo.
Reconhecendo ser 'uma peça muito interventiva', Maria José Costa aludiu à estreia da companhia no Centro das Artes: 'Ficámos muito gratos pelo convite para virmos para aqui e era o espaço que escolheríamos para esta peça, mas como fomos convidados, agradecemos'.
O elenco de 'Desastre Nu' envolve oito actores, com alguns a desempenharem mais do que um personagem, para além de um grupo de alunos da Escola Básica e Secundária da Calheta.
Vítor Balanco, com 16 anos, é um dos estudantes desse estabelecimento de ensino e está a encarar a participação na peça como uma aliciante experiência: 'Acho que quer a mim quer aos meus colegas irá permitir conhecer o trabalho da Contigo Teatro, para além de aprendermos mais sobre esta arte, já que fazemos parte do núcleo cénico da nossa escola e estamos satisfeitos com o convite', concluiu o jovem.
in Diário de Notícias Madeira, 10 de Novembro de 2008 (http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/44935/5-sentidos/98573-peca-de-teatro-desastre-nu-tem-cariz-interventivo).
28 maio 2010
Revista Margem
21 maio 2010
Carta da Associação Acreditar, de 17 de Maio de 2010, sobre exposição de António Aragão na Galeria dos Prazeres em Fevereiro e Março de 2010
04 maio 2010
Notícia da Agência Lusa, de 11 de Agosto de 2008
Funchal, 11 Ago (LUSA) - O poeta, historiador, pintor e escultor madeirense, António Manuel de Sousa Aragão, de 86 anos, faleceu hoje, no Funchal, vítima de doença.
Lusa
19:37 Segunda-feira, 11 de Agosto de 2008
António Aragão distinguiu-se em várias áreas da cultura nacional e regional, tendo-se licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade Clássica de Lisboa e em Arquivismo e Biblioteconomia pela Universidade de Coimbra.
Estagiou em França e na Itália, em etnografia, museologia e restauro de obras de arte e, como pintor, expôs em Barcelona e Londres, e participou em experiências vanguardistas em Inglaterra, Brasil e Itália.
O historiador Rui Carita recordou-o à Agência Lusa como "um grande amigo e uma das grandes figuras da cultura portuguesa do século XX".
Com "Poema Primeiro", "Folhemas 1,2,3 e 4", "Mais Exactamente P(r)o(bl)emas", "Os Bancos e Metanemas" "foi um dos grandes poetas da década de 60".
António Aragão experimentou também a ficção - "Um Buraco na Boca" - e a dramaturgia - "Desastre Nu" - e deixou também legado na escultura.
"É dele, por exemplo, o motivo da fachada da Escola Francisco Franco, tendo deixado ainda magníficas cerâmicas - isto para além de ter sido um grande historiador", recorda Rui Carita, que salientou igualmente "o seu grande trabalho como director do Arquivo Regional da Madeira, na década de setenta".
LAR.
Lusa/fim
http://www.rtp.pt/noticias/cultura/faleceu-antonio-aragao-grande-vulto-da-cultura-do-seculo-xx_n166794
30 abril 2010
Poema encontrado, de António Aragão
29 abril 2010
Poema Primeiro, de António Aragão
in O Cantar dos Poetas Madeirenses, Rádio Diário TSF, Disco (CD) 1, Faixa 1.
21 abril 2010
19 abril 2010
12 abril 2010
Os monstros - um retrato da hipocrisia da sociedade
Técnica mista 50cmx65cm 1992
Deslumbramento com António Aragão...
Por serem trabalhos com alma fortíssima a série “monstros” é a pedra luxuosa da exposição. O deslumbramento resulta dos tons e luz forte, da informação transmitida pelos fragmentos de jornais colados e da forma das figuras semi-humanas que não assustam; têm até aspecto pitoresco (será porque os monstros estejam do lado de cá da obra?).
A interpretação talvez seja abusiva, mas pretende introduzir a componente provocatória do trabalho de António Aragão. De facto, a par do seu lado institucional (foi Director do Arquivo Regional da Madeira, experiência sobre a qual não tinha particular prazer em falar), do espírito científico e pragmático, António Aragão foi um assumido provocador de esquerda.
As duas facetas estão de resto presentes nos trabalhos expostos na Galeria dos Prazeres. A etnográfica, nas aguarelas realizadas na década de 1960 expostas na sala mais pequena, as quais retratam motivos da tradição madeirense, quadros sociais relacionados com a vinicultura, com a pesca e com o fenómeno religioso. E o confronto, como perspectiva de crítica à hipocrisia das sociedades humanas, oferecido pela série “monstros”, concebida na década de 1990 [na sala maior].
Esta exposição proporciona ainda a possibilidade de se assistir ao documentário assinado por Luís Tranquada, encomenda da Galeria para esta ocasião. Num registo despojado, o autor captou os testemunhos de Jorge Marques da Silva, António Rodrigues, Rigo e António Dantas sobre diferentes dimensões do intelectual e artista com o qual partilharam algumas experiências: as de historiador, escritor, dinamizador do Cine Clube e a de um homem polémico e voltado para o futuro. Depoimentos que relevam a pessoa desassossegada, multifacetada, criativa e com gosto particular pelo novo tanto que, como refere Jorge Marques da Silva a propósito da literatura, António Aragão aniquilava as estruturas para substitui-las por outras e criar novas formas, nova linguagem, novas palavras, como acontece no muitíssimo bom “Um buraco na boca”, editado em 1971 [romance].
Face à importância do percurso multifacetado de António Aragão, mas principalmente porque é possível ver a impressionante série “monstros” esta é uma exposição imperdível, até porque não será de espantar que haja cada vez menos oportunidades de ver os trabalhos desta série expostos em conjunto.
César Rodrigues, Director da Paralelo 33 - magazine de ideias, cultura e lazer.
10 abril 2010
António Aragão pelo olhar do Prof. Rui Carita
«António Aragão é uma das grandes figuras da Cultura portuguesa do século XX. É dele, por exemplo, o motivo da fachada da Escola Francisco Franco, tendo deixado ainda magníficas cerâmicas - isto para além de ter sido um grande Historiador, sendo de salientar o seu grande trabalho como Director do Arquivo Regional da Madeira na década de setenta.»
Rui Carita, Professor Catedrático de História e Coronel do Exército Português.
António Aragão pelo olhar do Prof. Fernando Aguiar
Técnica mista 100cmx70cm 1992
«Falecido no dia 11 de Agosto [2008] no Funchal, António Aragão foi um dos precursores da Poesia Experimental em Portugal no início dos anos 60, e da electrografia durante os anos 80, seguido por um grupo de artistas como António Nelos, António Dantas e César Figueiredo, entre outros, que realizaram um importante trabalho nessa área, tendo sido o seu principal teorizador.
Como poeta experimental António Aragão teve uma importância fundamental na criação deste movimento, juntamente com Ana Hatherly, E.M. de Melo e Castro, Salette Tavares, e José-Alberto Marques, estando na origem das revistas “Poesia Experimental 1 e 2” (1964 e 1966), “Operação” (1967), Suplemento do “Jornal do Fundão” (1965) e da “Hidra 2” (1969).
Foi igualmente um dos autores do primeiro happening realizado em Portugal, “Concerto e Audição Pictórica”, juntamente com E. M. de Melo e Castro, Jorge Peixinho, Salette Tavares, Manuel Baptista, Clotilde Rosa e Mário Falcão, em 1965.
Como escritor, António Aragão publicou “Um Buraco na Boca” (1971), o primeiro romance experimental editado em Portugal, e alguns livros de poesia como “Folhema 1” e “Folhema 2”, ambos de 1966, “Os Bancos” (1975) e “Metanemas” (1981).
Em 1968 publicou “mais exacta mente p(r)o(bl)emas”, que foi o livro que fez despertar o interesse pela poesia experimental, e é um dos livros fundamentais na minha formação como poeta visual conforme referi várias vezes, incluindo num Congresso na Cidade do México em que ambos participámos. Transcrevo o final do prefácio do meu livro “Os olhos que o nosso olhar não vê” : “Para o António Aragão uma saudação muito especial porque, com o livro “MAIS EXACTA MENTE P(R)O(BL)EMAS”, comprado num alfarrabista aos 16 anos (juntamente com “POEMAS POSSÍVEIS” de um poeta então desconhecido e hoje Nobel da literatura) me levou irremediavelmente para esta forma de expressão poética.”
Sempre tive uma enorme admiração e amizade pelo Aragão que participou em mais de três dezenas de actividades organizadas por mim entre Exposições, Festivais, Antologias poéticas e colectâneas de poesia experimental portuguesa publicadas em várias revistas internacionais, e prefiro deixar aqui algumas imagens inéditas deste importante criador e amigo.» [ver Links Recomendados: Fernando Aguiar - O contrário do tempo]
09 abril 2010
António Aragão pelo olhar do Prof. Jorge Marques da Silva
«Muitas poucas vezes se encontra um personagem com uma actividade tão dispersa, tão rica, tão generalizada e utopicamente tão profissionalmente especializada. Recria a história estudando com meticulosidade o passado; luta pela garantia da sua permanência através de um restauro cientificamente aplicado; lê a realidade do presente, compreende-a e explica-a perscrutando num experimentalismo de vanguarda as metas do futuro forja, na solidão da ilha novos caminhos que são do mundo.
Historiador, restaurador, romancista, museólogo, etnógrafo, pintor, escultor ou poeta, escapa a toda a tentativa de exacta catalogação.
Publicou livros sobre a História da Madeira e possui outros por publicar ou em vias de acabamento; estudou em Paris e em Roma como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian; realizou estudos histórico - urbanísticos, incluso a inventariação - classificação da cidade do Funchal e do Porto Santo e os inventários artísticos de parte da Madeira - Concelhos da Calheta, Ponta do Sol, Ribeira Brava e Câmara de Lobos - ( a pedido de entidades oficiais especializadas), os quais aguardam publicação, assim como iniciou a recolha de grande parte do folclore e etnografia da Madeira e Porto Santo.
Não é o especialista do nosso século que aprofunda o conhecimento restrito da realidade, tem uma visão sincopada da vida; não é o enciclopedista que na sua dispersão não aprofunda a verdade; não é o filósofo que absorvido pela ginástica mental esquece o carácter material da vida. È de tudo um pouco mas muito de tudo.
Esta complexidade gera o mito. A figura de António Aragão envolve-se nas dúvidas do mistério quando, em círculos fechados, alta noite, se volta a perguntar: mas afinal quem é o Aragão?
Conhecido e enaltecido em meios culturais estrangeiros, antologiado em diversas publicações nacionais e estrangeiras, raramente as suas actividades tornaram a forma de caixa alta nas páginas dos jornais da Ilha. É um desconhecido na Ilha que conhece.»
Professor Jorge Marques da Silva. in Catálogo da exposição retrospectiva de pintura de António Aragão (1957-1965).
08 abril 2010
Vida e Obra de António Aragão
Pintor, escultor, Historiador, investigador, escritor e poeta, António Aragão foi um dos maiores vultos da Cultura portuguesa, do século passado até aos dias da sua morte física, acontecida em 2008.
António Manuel de Sousa Aragão Mendes Correia nasceu em Portugal, na ilha da Madeira, em S. Vicente, a 22 de Setembro de 1921. Faleceu no Funchal a 11 de Agosto de 2008. Cedo quebrou as barreiras do isolamento geográfico para alcandorar-se aos palcos académicos e depois ganhar, com elevado mérito, estética, arte e técnica, um lugar de vanguarda na Cultura portuguesa.
Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e em Biblioteconomia e Arquivismo pela Universidade de Coimbra. Estudou Etnografia e Museologia em Paris, sob a orientação do Director do Conselho Internacional de Museus da UNESCO. Cursou no Instituto Central de Restauro de Roma, onde se especializou em restauro de obras de Arte e estagiou no laboratório de restauro do Vaticano. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris e Roma.
Homem de criatividade rica, irrequieto, polémico, inconformado, por vezes excêntrico até, deixou a sua marca pessoal indelével por onde passou. Era difícil não dar por ele quando metia mãos à obra, quer fosse na investigação da história e da etnografia, quer quando esculpia, pintava ou escrevia. A proporção do acervo que legou a Portugal, e em particular à Madeira, é muito mais rico, em quantidade e qualidade, do que o reconhecimento e merecimento que devia ter recebido da região e do país. Desse ponto de vista, ainda está por fazer-se a verdadeira homenagem a António Aragão, apesar de, ainda em vida e num gesto essencial, ter recebido da Cãmara Municipal do Funchal uma rua da cidade com o seu nome.
Foi Director do Arquivo Regional da Madeira, e também Director do Museu da Quinta das Cruzes (Funchal). Era irmão de Ruth Aragão de Carvalho, falecida esposa do actor Ruy de Carvalho. É pai de Marcos Aragão Correia, conhecido Advogado, Activista e Autor.
Como investigador da História da Madeira, publicou: Os Pelourinhos da Madeira. Funchal. 1959; O Museu da Quinta das Cruzes. Funchal, 1970; Para a História do Funchal - Pequenos passos da sua memória. Fx. 1979; A Madeira vista por estrangeiros, 1455-1700. Funchal. 1981; As armas da cidade do Funchal no curso da sua história. Funchal. 1984; Para a história do Funchal - 2ª Edição revista e aumentada. Funchal. 1987; O espírito do lugar. A cidade do Funchal. Lisboa. 1992.
Dos estudos realizados destaca-se as escavações no lugar do Aeroporto, onde se erguia antes o Convento quinhentista de Nª Sra da Piedade, Santa Cruz, 1961.
Das escavações feitas resultou o levantamento da planta geral deste Convento Franciscano e o estudo das suas características tipológicas, além da exumação de variado espólio, do qual se destaca grande diversidade de padrões de azulejaria hispano-mourisca ou mudéjar, proveniente do Sul de Espanha, e também múltiplos exemplares de azulejaria portuguesa seiscentista e de setecentos, assim como elementos primitivos em cantaria lavrada – portais do convento, janelas, arco triunfal da igreja, condutas de águas, lajes tumulares, pavimentos, hoje depositado nos jardins da Qta Revoredo, Casa da Cultura de Santa Cruz.
Todos os trabalhos foram devidamente documentados com plantas rigorosas, desenhos e fotografias. Este trabalho encomendado pela Junta Geral do Distrito do Funchal foi entregue nesta Instituição e, por sua vez, na época, depositado, em parte, no Museu Quinta das Cruzes.
Na área da etnografia efectuou recolhas ao nível da música tradicional da Madeira e do Porto Santo, em 1973, em co-autoria com o professor e músico Artur Andrade, com divulgação em 2 discos L.P.,em 1984.
Na área da literatura participou em acções colectivas, antologias, e outras manifestações significativas: Poesia experimental, 1964 e 1965. (revista de que é co-fundador); Visopoemas, 1965; Ortofonias (com E.M. Melo e Castro), 1965; Operação I. 1967; Hidra I. 1968; Hidra 2. 1969; Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa. 1971; Antologia da Poesia Concreta em Portugal. 1973; Antologia da Poesia Visual Europeia. 1976; Antologia da Poesia Portuguesa. 1940-1977. 1979; Antologia da Poesia Surrealista em Portugal; OVO/POVO. 1978. Lisboa e 1980, Coimbra; PO.EX. 80. Galeria Nacional de Arte Moderna, Lisboa, 1980 e 1981; Filigrama. (Revista de expansão internacional). Co-fundador. 1981, Funchal; Líricas portuguesas. Antologia. 1983; Poemografias. 1985; I Festival Internacional Poesia Viva. 1987, Figueira da Foz; Poesia: outras escritas, Novos suportes. 1988, Setúbal; Electroarte. Vala Comum. Lisboa. 1994.
A nível internacional realça-se a sua participação em Sevilha, 1980; em 1982, Itália e Brasil; 1983, Cuenca; 1984, Comuna de Milão, Itália; 1984, São Francisco, U.S.A. e Bacelona; 1985, Israel e New York; 1986, México e Sevilha; 1987, México e França; 1989, Itália e Paris; 1990, Siegen, Alemanha, México e Washington. U.S.A.; e 1992, Madrid.
Colaborou em diversas manifestações de Mail-Art and Exchange, divulgando os seus trabalhos em revistas da especialidade.
Escreveu no Comércio do Funchal; Línea Sud. Nápoles; Letras e Artes. Lisboa; Express; Colóquio-Artes/Fundação C. Gulbenkian; Diário de Notícias, Lisboa; Comercio do Porto; Espaço Arte. I.S.A.P.M. e DN-Funchal.
Na ficção destaque para: Romance de Izmorfismo, 1964; Um buraco na boca, 1971; Os 3 Farros (com Alberto Pimenta), 1984; Textos do Apocalipse, 1992.
Na área da poesia referência para: Poema primeiro, 1962; Folhema I e Folhema 2, 1966; Mais excta mente p(r)o(bl)emas, 1968; Poema azul e branco, 1971. Os Bancos, 1975; Poesia espacial POVO/OVO (áudio-visual), 1977; Matenemas, 1981; Pátria, Couves, deus, etc, com Tesão, Política, Detergentes, etc, 1993; Joyciaba. In Joycina, 1982.
Para teatro escreveu o Desastre NU, em 1980, que foi Prémio Nacional.
Como artista plástico destacou-se tanto na pintura como na escultura. Na área da escultura realce para a Santa Ana, em cantaria rija, na Câmara Municipal de Santana, 1959; o Padrão / monumento alusivo ao V centenário da morte do Infante D. Henrique (vulgo “Pau de Sabão”), escultura em cantaria rija, integrada no projecto do arquitecto Chorão Ramalho, Porto Santo, 1960; Baixos–relevos, 2 painéis em cerâmica policroma, alusivos á faina marítima e à actividade agrícola. Mercado Municipal de Santa Cruz. 1962.
Na área da pintura tornou-se conhecido desde a década de 40, pelas diversas temáticas abordadas e exploração de técnicas diferenciadas. Realizou várias exposições em Portugal (Galeria Divulgação, Quadrante, Galeria III, Galeria Diferença, Fundação Calouste Gubenkian – II Exposição de Pintura Portuguesa) e no estrangeiro – Espanha (Madrid, Sevilha, Barcelona); México, França (Paris); Itália (Roma e Turim) encontrando-se representado em colecções particulares e oficiais em vários países, nomeadamente na Fundação Serralves, em Portugal.
António Aragão concretizou um projecto artístico contemporâneo baseado em novas tecnologias, numa casa que lhe pertenceu, situada na Lapa, em Lisboa. O projecto enquadrava uma "associação de educação popular" com uma galeria de arte vanguardista, ao qual foi atribuído o MECENATO pela Secretaria de Estado da Cultura.
Antes da doença prolongada de que padeceu até à sua morte, António Aragão, de volta ao Funchal, pintou os seus últimos quadros, que constituiram uma série à qual intitulou "os monstros", uma verdadeira crítica corrosiva à hipocrisia dominante na sociedade.
As últimas exposições individuais de António Aragão foram realizadas na Madeira.
Comissariadas por António Rodrigues, a antepenúltima, em Abril de 1996, na Casa da Cultura de Santa Cruz, integrou 16 dos seus últimos quadros, e ainda uma selecção retrospectiva de 13 trabalhos, em diferentes técnicas, realizados nas décadas de 50 e 60 do século XX. A penúltima, Exposição Retrospectiva, teve lugar na “Casa da Luz”, no Funchal.
A última exposição de António Aragão antes da sua morte, ocorreu no Museu de Arte Contemporânea da Madeira (Forte de S. Tiago, Funchal).
A família de António Aragão doou ao Arquivo Regional da Madeira grande parte do seu espólio histórico.
«António Aragão é uma das grandes figuras da Cultura portuguesa do século XX. É dele, por exemplo, o motivo da fachada da Escola Francisco Franco, tendo deixado ainda magníficas cerâmicas - isto para além de ter sido um grande Historiador, sendo de salientar o seu grande trabalho como Director do Arquivo Regional da Madeira na década de setenta.»,
Rui Carita, Professor Catedrático de História e Coronel do Exército Português.